domingo, 10 de janeiro de 2010

16) CONCLUSÃO

Notamos que há incontestável importância a utilização do lúdico para com as crianças. Entretanto; São os jogos o melhor método de aprendizagem? Ocorre que quanto mais a criança é privada das ocupações sérias mais ela encontrará dificuldade posteriormente, as atividades lúdicas não asseguram por si o pleno desenvolvimento da criança. No processo pedagógico saibamos então conservar a criança no sentido da livre escolha, e no respeito à integridade de sua vida. O mais aconselhável é que haja por certo um equilíbrio entre as atividades de caráter sério e as fantasias, dando margem às expressões de sentimentos.
Não podemos nos esquecer de que o lúdico é sim importante para a criança, mas têm um papel importante no mundo dos adultos. Quê é o cinema, teatro música, pintura, dança, escultura e literatura senão a própria interpretação de uma realidade segundo o crivo de quem o faz. E como na criança uma “personificação” de um determinado estado de espírito, estes mecanismos ( objetos para a criança ) São igualmente “transicionais” pois enquanto uma dança representa a beleza e leveza, outra representa a tristeza e a morte, enquanto um quadro nos traz sentimentos de estranhesa e medo outro nos eleva à patamares da mais bela contextualização e harmonia. Quê é isso tudo senão o nada? Pois tudo para que seja alguma coisa deve ser interpretado, e logo para que seja interpretado deve haver o ludismo, pois o lúdico é uma capacidade do ser humano que serve para traduzir sinais, ou para adapta-los à uma nova realidade que é criada na mente.
É venerável a atitude de dizer que o lúdico é tão importante para a criança como para o adulto, para o ser humano por assim dizer têm sua cota de valor. Ocorre, como já percrustamos em todo nosso itinerário que a visão de realidade da criança é em muito divergente da dos adultos. O lúdico para elas não é lúdico senão o real, cabe a nós trazermos, pouco a pouco, elas ao mundo dos deveres, intentando propor um equilíbrio entre os dois tipos de atividades, para que ela não fique abstraída da realidade.
Grandes cientistas como Kepler, Ampère, Darwin, Gauss, Pasteur, Maxwell, Pianck, Poincaré e Einsten explicaram que no momento da descoberta sentiam o prazer de uma criança brincando, não se restringindo assim o lúdico às artes, mas invadindo os recônditos do progresso cultural e científico.
A criança que têm em seu desenvolvimento o fator lúdico por certo é convidada à desenvolver-se de maneira integral, tendo melhores chances de obter ótimos resultados no futuro, tendo a devida dose de contacto com as obrigações e deveres, o que representa num contexto mais amplo o início de todo um processo educativo, formando um indivíduo integral e um cidadão pleno.
Não obstante vivemos em um país em que grandes cidades portam 800 mil crianças e adolescentes em estado de miséria absoluta, em que os menores não usufruem do básico, daquilo que todo homem precisa para manter-se vivo, são crianças que se tornam adultos mais cedo, e não desenvolvem-se com o processo educativo ideal. Definitivamente não parece que em 1592 nascia o homem que já proporcionava diferente teor de especificidade na educação para as crianças com “Örbis pictus” relhenado de gravuras ( sinais – códigos ) Mudando assim os processos educativos: João Amos Comenius.
Conclui-se, levando em consideração um âmbito mais abrangente e polivalente, que o lúdico faz sim parte de um processo educativo que dá à criança justamente aquilo que ela precisa: transpassar ao extrínseco suas angústias, problemas internos e a capacidade que ela cria de dominar estes problemas quando imersa no lúdico. É o lúdico um instrumento de comunicação do ser humano.
Como educadores insistimos no ideal de que para contribuir, mesmo de maneira sutil, haveremos de educar da melhor maneira e para isso entender os processos que se transcorrem na criança, e as ferramentas educativas, para que o mundo possa vir a se aproximar de uma cabal, mas não utópica, idéia que dele possamos ter.

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