domingo, 10 de janeiro de 2010

17) Bibliografia:

Latín
José Luis García Garrido
Edel Guinda Biel
Adalberto Ferrández Arenaz
Bilbal, Espanha, Editora: Magisterio Casals

Pequeno diccionario brasileiro da língua portuguesa
Aurelio Buarque de Holanda Ferreira

Enciclopédia Delta Universal
Vol. 5; pg.2686
Editora Delta S. A. Rio de Janeiro

A criança em desenvolvimento
Helen Bee, 1984, editora Harper & Row, São Paulo

Introdução à psicologia
Linda L. Davidoff, 2001 Editora Makron, São Paulo

Educação Física Mundial, Técnicas modernas
Alfredo Gomes de Faria Jr; 1969, Editora Fórum, Rio de Janeiro

Revista correio da UNESCO
Martine Mauriras – Bousquet / Julho / 1991

A criança normal e o brinquedo
Um estudo da psicologia evolutiva.
Dr. José Ottoni Outeiral
Fac. Medicina PUC 1976, Porto Alegre RS


Ao mestre com carinho 365 reflexões sobre a arte de ensinar
Kathy Wagoner, Publifolha, 2002, São Paulo.

Corpo, Movimento e Educação
José Rizzo Pinto, 1997, Editora Sprint, Rio de Janeiro

Comenius. A construção da pedagogia
Sérgio Carlos Covello, 1999, Editora Comenius São Paulo

16) CONCLUSÃO

Notamos que há incontestável importância a utilização do lúdico para com as crianças. Entretanto; São os jogos o melhor método de aprendizagem? Ocorre que quanto mais a criança é privada das ocupações sérias mais ela encontrará dificuldade posteriormente, as atividades lúdicas não asseguram por si o pleno desenvolvimento da criança. No processo pedagógico saibamos então conservar a criança no sentido da livre escolha, e no respeito à integridade de sua vida. O mais aconselhável é que haja por certo um equilíbrio entre as atividades de caráter sério e as fantasias, dando margem às expressões de sentimentos.
Não podemos nos esquecer de que o lúdico é sim importante para a criança, mas têm um papel importante no mundo dos adultos. Quê é o cinema, teatro música, pintura, dança, escultura e literatura senão a própria interpretação de uma realidade segundo o crivo de quem o faz. E como na criança uma “personificação” de um determinado estado de espírito, estes mecanismos ( objetos para a criança ) São igualmente “transicionais” pois enquanto uma dança representa a beleza e leveza, outra representa a tristeza e a morte, enquanto um quadro nos traz sentimentos de estranhesa e medo outro nos eleva à patamares da mais bela contextualização e harmonia. Quê é isso tudo senão o nada? Pois tudo para que seja alguma coisa deve ser interpretado, e logo para que seja interpretado deve haver o ludismo, pois o lúdico é uma capacidade do ser humano que serve para traduzir sinais, ou para adapta-los à uma nova realidade que é criada na mente.
É venerável a atitude de dizer que o lúdico é tão importante para a criança como para o adulto, para o ser humano por assim dizer têm sua cota de valor. Ocorre, como já percrustamos em todo nosso itinerário que a visão de realidade da criança é em muito divergente da dos adultos. O lúdico para elas não é lúdico senão o real, cabe a nós trazermos, pouco a pouco, elas ao mundo dos deveres, intentando propor um equilíbrio entre os dois tipos de atividades, para que ela não fique abstraída da realidade.
Grandes cientistas como Kepler, Ampère, Darwin, Gauss, Pasteur, Maxwell, Pianck, Poincaré e Einsten explicaram que no momento da descoberta sentiam o prazer de uma criança brincando, não se restringindo assim o lúdico às artes, mas invadindo os recônditos do progresso cultural e científico.
A criança que têm em seu desenvolvimento o fator lúdico por certo é convidada à desenvolver-se de maneira integral, tendo melhores chances de obter ótimos resultados no futuro, tendo a devida dose de contacto com as obrigações e deveres, o que representa num contexto mais amplo o início de todo um processo educativo, formando um indivíduo integral e um cidadão pleno.
Não obstante vivemos em um país em que grandes cidades portam 800 mil crianças e adolescentes em estado de miséria absoluta, em que os menores não usufruem do básico, daquilo que todo homem precisa para manter-se vivo, são crianças que se tornam adultos mais cedo, e não desenvolvem-se com o processo educativo ideal. Definitivamente não parece que em 1592 nascia o homem que já proporcionava diferente teor de especificidade na educação para as crianças com “Örbis pictus” relhenado de gravuras ( sinais – códigos ) Mudando assim os processos educativos: João Amos Comenius.
Conclui-se, levando em consideração um âmbito mais abrangente e polivalente, que o lúdico faz sim parte de um processo educativo que dá à criança justamente aquilo que ela precisa: transpassar ao extrínseco suas angústias, problemas internos e a capacidade que ela cria de dominar estes problemas quando imersa no lúdico. É o lúdico um instrumento de comunicação do ser humano.
Como educadores insistimos no ideal de que para contribuir, mesmo de maneira sutil, haveremos de educar da melhor maneira e para isso entender os processos que se transcorrem na criança, e as ferramentas educativas, para que o mundo possa vir a se aproximar de uma cabal, mas não utópica, idéia que dele possamos ter.

15) O PAPEL DO JOGO NA CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO DA CRIANÇA

Há uma cisão entre o lúdico e o pedagógico. Entre o que é brincadeira e o que é sério. Isto do ponto de vista de um adulto, pois para a criança brincar é uma atividade séria na medida em que mobiliza suas possibilidades intelectuais e afetivas com um fim determinado. No decorrer do desenvolvimento infantiu o jogo apresenta uma evolução, entretanto não há seqüência rígida entre as diferentes modalidades. Os jogos se classificam em: Funcionais, de ficção, de aquisição e de fabricação, de acordo com as atividades e conteúdos desenvolvidos. Cada um possui uma função determinada para com a criança, e todos contribuem para a percepção de si própria para a compreensão de sua inserção no grupo, das relações com os objetos, com as pessoas e com seu meio cultural. Podemos de certa maneira dizer que as atividades lúdicas são para a criança uma ferramenta de auto-conhecimento, já que estando ela em constante desenvolvimento é viável dizemos que quanto mais ela se modifica menos ela se conhece.

Jogos funcionais: São os que o bebê executa com seu corpo, balançando os braçoss, aproximando objetos da boca etc...

Jogos de Ficção: É o faz-de-conta, a criança neste caso transforma um flutuador de natação em um foguete, ou uma prancha em uma base espacial. Ou então a própria criança representa um papel específico como um viajante intergaláctico.

Jogos de aquisição: São aqueles que a criança pára no intuito de olhar atentamente à uma situação, canção, objeto ou algo que se esteja ensinando à ela. Para quem vê de fora a criança parece não estar participando, entretanto ela está em um processo muito mais intenso de trabalhar a questão dos significados. Como na nossa cultura enfatizamos as trocas verbais, é comum considerar-se que há algo de errado com a criança que fica quieta e parada, principalmente quando há uma atividade em vigência.

Jogos de fabricação: Em que a criança explora determinado aspecto nos objetos procurando entende-lo. Refaz inúmeras vezes um percurso de realização como montar e desmontar pilhas de objetos, articular-los entre si.

Do ponto de vista estrutural os jogos se caracterizam pela predominância da fantasia infantil, o que chamamos de imaginação da criança, ou pela predominância de regras. Os primeiros jogos da criança pertencem à primeira categoria, o que não quer dizer que elas não tenham regras. No segundo caso as regras implicam na relação com o outro portanto neste caso já há intenção de partilhar experiências e de participação em várias atividades.
Do ponto de vista cognitivo o jogo têm a função de permitir à criança que, partindo da identidade absoluta do significado com o objeto, que ocorre por volta dos 2 anos e meio chegue à compreensão de que o significado é independente do objeto ( 6 – 7 anos ). Como desenvolvimento infantiu criar uma noção de diferença entre trabalho e brincadeira, estando com mais regras.
O jogo também contribui para a alfabetização: pois é através da atividade lúdica que a criança percebe a fusão inicial entre objeto e significado, o que se traduz no processo de aprendizagem da leitura. ( Cavalo = Vassoura ) Neste âmbito também é importante ressaltarmos que a criança está em constante uso do desenho como artífice da representação ou imagem-significado.
Este é o caminho que a criança percrusta nas sendas da construção de seu conhecimento, pois passa a lhe dar com representações deste objeto real, subsituindo por outro aleatório, finalmente lida com o conceito na ausência do objeto. Dizemos então que partiu para o domínio das idéias.
Na pré-escola o professor deverá propor conteúdos compatíveis com tais processos de desenvolvimento. Surge neste momento a importância do grupo e este relacionamento somente é possível porque ela já trabalhou através do jogo de ficção a questão dos papéis. ( representação )
Três frases que vêm a conferir a fidedignidade de importante idéia acima conferida aqui serão proscritas:

Note-se que as brincadeiras infantis não são brincadeiras; devemos considerá-las os atos mais sérios da criança.
Montaigne

Quer se esforce quer se divirta, para ele tanto faz; suas brincadeiras são sua ocupação, ele não faz distinções.
Jean-Jacques Rousseau




“O maior erro que se comete no querer que a criança se esforce pelo sentido do dever, pelo simples respeito à disciplina abstrata, é esquecer que a criança não é um homem e que os valores reconhecidos pelos adultos correspondem nela à outros valores... Para as crianças, a brincadeira é o trabalho, o bem, o dever, o ideal de vida. Exigir da criança um esforço de trabalho fundamentado em algo diferente do ato de brincar equivale a agir como o insensato que, em plena primavera, põe-se a sacudir a macieira em busca de maçãs: em vez de recolhe-las, derruba as flores, privando-se dos frutos que o outono prometia.”
Edouard Claparède

14) Um Oásis de felicidade

( Frase de Eugen Fink, relativa aos jogos )

Temos como experiência interessante a de que um rato bem alimentado fora colocado num labirinto, sem motivo aparente este começa a flanar ( passear ociosamente ) pelo local, parece querer familiarizar-se com o labirinto, como querendo se divertir. Noutra ocasião fora colocado um rato esfomeado que encontra muito mais rapidamente o alimento oculto.
O impulso lúdico, também chamado de impulso de curiosidade ou impulso de exploração dá ao indivíduo vantagem com relação ao processo de seleção natural. Encontrará muito mais oportunidades de se instruir estando assim mais preparado para enfrentar situações imprevistas, as atividades lúdicas impulsionam o desenvolvimento da espécie e da cultura. Vamos agora, para a melhor compreensão do tema, pincelar frases de grandes pensadores, no intuito de galgar patamares mais destrinchados:

O lúdico é eminentemente educativo no sentido em que constitui a força impulsora de nossa curiosidade a respeito do mundo e da vida, o princípio de toda descoberta e de toda criação.

Santo agostinho


O nascimento e o desenvolvimento do universo são o jogo de uma criança que move suas peças num tabuleiro. O destino está nas mãos de uma criança que brinca.

Heráclito





Por que brinca a criança à quem Heráclito atribui o jogo do mundo? Ela brinca porque brinca. O porquê desaparece neste jogo. Esse jogo não têm “porquê”. Essa criança joga por jogar.

Martin Heidegger

13)A importância de atividades lúdicas em grupo.

Enquanto brincam com outras crianças as crianças aperfeiçoam as habilidades e os papéis sociais que serão necessários no futuro. Vemos paralelos adultos como brincar de boneca, um desafio como a construção de um aeromodelo, limpar a casa construída no alto de uma árvore etc... Ao brincar com outras crianças podem avaliar as próprias habilidades com maior exatidão. As vantagens de brincar em conjunto provavelmente são as responsáveis pela descoberta de que a escolinha maternal favorece o desenvolvimento social. Depois Desta experiência as crianças tendem à explorar o ambiente que as cerca com relativa ousadia e brincar com os amigos com maior freqüência. Entretanto no inicio do desenvolvimento de intercâmbio social as crianças estão muito mais preocuparas com os brinquedos que com os colegas ( 1 – 3 anos ). O segundo estágio é de interações simples onde adquirem sensibilidade às necessidades e sentimentos das pessoas que a cercam. Quando ocorrem intercâmbios complexos dizemos que há uma linguagem, o que corresponde ao 3o nível, assumem papéis recíprocos nas brincadeiras: esconde-esconde por exemplo. Embora possam haver respostas agressivas como tapas, mordidas etc... É evidente que cabe ao professor administrar as possíveis desavenças entre as crianças, que em muitos casos são oriundas de expressos de sentimentos reprimidos como a seguir será dissertado.

12) Breves considerações sobre o brinquedo cantado:

Para que possamos entender com maior lucidez a importância do lúdico para a criança é estritamente necessário perpassarmos de maneira bastante sucinta pelos brinquedo cantado, o que representa uma das mais elementares formas de atividade lúdica.
Permite a criança utilizar seu aparelho fonador ( que produz a voz ), treinando a articulação da palavra, enriquecendo o vocabulário da criança e atendendo às solicitações da imaginação dando ensejo à novas formas de criatividade é inevitável que as atividades em geral, por incluírem em suas constâncias movimento, desenvolvem a parte psíco-motora da criança. Este recurso se desenvolvido de maneira gradual estimula a parte neuromuscular dando margem à maior facilidade de aprendizagem motora da dança, pois muito de seus movimentos são de grande similaridade com a dança.
Há nos brinquedos cantados grande influência cultural de Portugal e África, entretanto também coexistem como influência Alemanha, França, Espanha, Inglaterra e Suíça.

11) Breve síntese à respeito dos pensadores supracitados

Ambientando estes que recalcitraram sobre a perspectiva lúdica da criança com o âmbito de Educação Física nos prostramos em interessantes reflexões. O cuidado que dever-se-á tomar numa aula será de extrema precisão, já que para cada idade são evidenciadas distintas maneiras de relacionar-se com o mundo e com si mesma na criança, o profissional, quando enterado destes detalhes terá em seu labor uma comodidade e seguridade bastante plausível, já que mediante a análise de seus alunos, seja numa aula de natação, voleybol ou em jogos recreacionais de acampamento, terá uma idéia clara do procedimento a ser tomado em cada caso.
Transcorre que podemos propor uma problemática bastante interessante, já que podemos encontrar numa aula alunos de distintas idades. Quê fazer se um aluno, por ser de inferior idade não adquiriu todavia noções de grupo, tendo este 3 anos por exemplo, enquanto que os outros já maiores entendem que é um grupo? Simplesmente adaptar a aula de modo que cada faixa etária de idade receba aquilo que lhe é pertinente, e não tentar mesclar algo que não se mescla, ou seja: Não há modo de saltar degraus de maneira exacerbada, mas sim, no que se refere ao desenvolvimento da criança, galgar paulatinamente os patamares do desenvolvimento cognitivo, sócio-afetivo e psíco-motor, de modo que ao seu tempo esta criança irá unir-se aos outros. A importância da atividade lúdica certamente não é a mesma para uma criança de 1 a no que para uma criança de 8 anos, pois as necessidades e vontades de cada uma são bastante diferentes, de maneira que no caso da criança de 1 ano devemos estar cientes de que a atividade lúdica é por certo uma representação de suas frustrações e do controle ( Ilusório / Lúdico / Fantástico ) de determinada situação, conforme demonstraram os estudos de Sigmund Freud, já no caso subseqüente a importância do ludismo vêm a preencher valores como democracia, justiça, injustiça, lealdade, convívio social. Cabe sim aos professores de Educação Física diferenciar cada idade e ser consciente das necessidades de cada qual, tendo em vista estes fatores poderá ele fazer um plano de aula inexoravelmente eficaz no que concerne ao desenvolvimento da criança.
Também devemos ter a noção cabal de que a criança, quando aplicado à ela um jogo lúdico, se expressa de diferentes maneiras, uma por exemplo irá jogar seu brinquedo longe, outra irá acaricia-lo e toma-lo por um amigo. Isto traz à tona de que uma gama infindável de medos, angústias dentre outros tantos sentimentos são expressos através do mundo exterior, colocando em vigência a teoria da “personificação”. Sendo assim não podemos de quaisquer maneiras obrigar as crianças à responderem à uma atividade de maneira igualitária, mas sim exprimirem seus sentimentos conforme queiram, para que somente mais tarde, quando estiverem na idade que é pertinente à este aprendizagem, possam entender o que são valores morais nos seus mais diversos contextos.

10) A criança entre os 6 e os 10 anos

Segundo Freud a vida sexual humana entra depois dos 5 anos em um período de latência no qual o desenvolvimento psico-social se detém e há uma regressão: a energia é desviada para outros fins sexuais obtendo-se desta forma logros culturais e sociais, constituindo o mecanismo de defesa do ego conhecido como sublimação.
Neste período a criança ingressa na escola primária e seus brinquedos muitas vezes representam dramatizações deste novo ambiente, começam a desenvolver interesse pelos jogos de salão: dominó, damas e jogos de “corrida”. Com a escola aparecem novos brinquedos que combinam com a aptidão intelectual, sorte e competição.
Um dos elementos mais importantes, entretanto, é a formação de grupos: A turma, O clube, A gang. A turma serve como um “espaço transicional” ( WINNICOTT ) entre a proteção e a segurança familiar. No grupo eles aprendem normas de convívio social, democráticas e autocráticas, justiça e injustiça, lealdade e ideais. Vivem uma cultura especial constituída por jogos tradicionais: Segredos, enigmas, insultos, regras, etc... Transmitida virtualmente intacta de uma geração de crianças à outra, às vêzes através de séculos, sem ajuda dos adultos. Na turma se estabelecem ritos e segredos muitas vezes constroem códigos de fala e escrita com caráter claramente obssesivo. Também entram as coleções desde pedras simples até selos, num processo evolutivo.
O esporte começa a interessa-los, logo têm um time de futebol onde toda a “turma participa”
Aos 8 anos aproximadamente começam a establecer amizades mais estáveis e alguns iniciam namoros. Cultuam heróis, artistas de novela ou cinema, jogadores de futebol, cantores ou mesmo amigos mais velhos.
O corpo retorna a ocupar o papel fundamental: as lutas, os jogos de esconde-esconde, pega-pega

9) O BRINQUEDO E O DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO

O Pré escolar
Muitas das condutas na fase anterior persistem no pré escolar, período compreendido entre, aproximadamente os 3 e os 6 anos. Nesta idade os desejos genitais que aumentam de intensidade aparecem em vários tipos de atividade de tal forma que apenas uma parte deles fica livre para a relação edípica com os pais. Os desejos genitais aparecem canalizados para as brincadeiras de casinha, mamãe-papai etc... satistazendo assim a necessidade de tocar e ser tocado, de ser visto e ver.
Nota-se entre crianças de 3 e 4 anos uma flutuação entre o jogo paralelo e o associado. Neste último as crianças se agrupam, às vezes por poucos instantes havendo evidentes demonstrações de um sentimento compartido. A conduta lingüística segue a mesma pauta da conduta social: de um ocasional grito de: -Meu! Ou: - Não! Desenvolvem uma versão verbal do jogo paralelo conhecido como monólogo coletivo; cada um fala por sua vez esperando o que o outro têm a dizer. Os assuntos entretanto tem pouca ou nenmhuma relação entre si.. Entre os 4 e os 5 anos porém já há um intercâmbio verbal: descrevem situações, trocam informações e combinam e estabelecem regras para seus jogos.
Ainda que o jogo dramático da criança pré-escolar seja predominantemente ligado às cenas da família, ao desenvolver-se este período, de maneira progressiva, surgem personagens e conteúdos mais distantes: vaqueiros, guerra, selva... Os papéis sexuais se ligam necessariamente ao próprio sexo.
No brinquedo de família as crianças dramatizam seus sentimentos e pensamentos acerca de seus familiares. À medida que as crianças percebem a discrepância que existe entre a imagem que criam dos pais e a realidade, vai se desiludindo cada vez mais deles.
Outro elemento importante na idade de 4 à 5 anos são os amigos imaginários. ( pesquisa de Anes e Learned ) 20% das crianças têm companheiros imaginários: amigos, identidades, domínios, animais ou mesmo seres terroríficos. É possível que a incidência chegue à 50%. São vividos com toda a solidez de objetos reais. Ainda que este fenômeno faça parte do desenvolvimento normal ele surge de necessidades internas da criança, por isto é útil observar. É tido isto por D. BURLINGHAM ( 1945 ) como um resultado da contravenção edípica, e como um escape à solidão.
Começam a gostar de revistas em quadrinhos que muitas vezes retratam situações familiares. ( casal Olívia e Popeye ; Família Donald )

8) ANNA FREUD

Em seu livro intitulado “Ïnfância normal e patológica”, no capítulo: “Do corpo ao brinquedo e do jogo ao trabalho” descreve interessantes aspéctos à respeito da atividade lúdica:
a) O brinquedo principia com o bebê, como uma atividade que gera prazer erótico... é levado à efeito no próprio corpo da criança ( atividade auto-erótica ) ou no corpo da mãe ( usualmente em ligação com a amamentação ).
b) As propriedades do corpo da mãe e do corpo do filho São transferidas à algum objeto macio, como uma frauda, um travesseiro, um urso de pelúcia que servem como transicional.
c) São estes objetos simbólicos, por isso, são acariciados e maltratados alternativamente. Como são inanimados habilitam a criança a extressar toda a gama de ambivalência como ele.
d) O carinhoso apego aos brinquedos se dissipa gradualmente, salvo na hora de se deitar, quando há um recolhimento narcisista necessário ao sono.
Durante o dia os brinquedos são substituídos por materiais que não possuem status de objeto, mas que servem às atividades do ego e às fantasias nelas subjascentes.
1) Brinquedos que oferecem oportunidades para atividades do ego, como encher esvaziar, abrir e fechar, ajustar, misturar. Sendo o interesse neles deslocados das aberturas do corpo e suas funções. ( observações: Esta parte condiz justamente com uma série de atividades ministradas por um professor de Ed. Física, como por exemplo ao final de uma aula de natação na parte recreativa em que a criança terá seu ego valorizado com o prazer de encher e esvaziar um pote, e mesmo durante a aula quando se apraz em brincar com os materiais { sejam stes halteres de hidroginástica, pranchas, flutuadores, etc... } )
2) Brinquedos móveis, fornecendo prazer na mobilidade
3) Material de construção, oferecendo iguais oportunidades à construção ou destruição.
4) Brinquedos servindo à expressão das tendências e atitudes masculinas e femininas para serem usadas: a – Na interpretação solitária de papéis. B – Na exibição do objeto edípico ( obsseção para o incesto { união sexual ilícita entre parentes } ) c – Na encenação de várias situações do complexo de Édipo em jogos de grupo.
5) Satisfação na atividade lúdica, cede progressivamente ao prazer no produto terminado da atividade.
6) A aptidão lúdica converte-se em aptidão para o trabalho quando um certo número de faculdades adicionais foi adquirido, como as seguintes.
- Controlar, inibir, modificar os impulsos para usar materiais agressiva ou destrutivamente ( não despedaçar, arremeçar, misturar, acumular ), e usa-los poelo contrario positiva e contrutivamente ( planejar, construir, aprender, e na vida comunal repartir )
- Executar planos pré concebidos com uma consideração mínima pela falta de retribuição imediata de prazer, frustrações intermediárias, etc. e uma máxima consideração pelo prazer no resultado final.
- Realizar não só a transição do prazer instintivo primitivo para o prazer sublimado, em conjunto com um elevado grau de neutralização da energia empregada. Mas também a transição do prazer para o princípio de realidade, um progresso que é essencial para o êxito no trabalho, durante a latência ( presença de elementos psíquicos esquecidos na esfera subliminar da consciência ), a adolecência e a maturidade.

7) NO CONTEXTO DE PIAGET

Considera que o brincar inicia na terceira etapa da fase sensitivo-motora, entre o quarto e o nono mês, estabelece a seguinte classificação do brincar:
a) De excitação, destinado à obtenção de prazer: constituem uma conduta lúdica, sem uma estrutura particular, começam aos poucos meses de idade e chegam ao apogeu entre 1 e 2 anos.
b) De “como se” : agregam o símbolo e a ficção como elementos estruturais, representam com gestos uma série de realidades que não estão presentes no campo perceptivo. Surgem a partir do 2o ano e continuam até os 6 anos, pressupões a representação da imagem mental.
c) Os jogos com regras, próprios da latência e da puberdade, são uma imitação dos adultos, têm tradição transmitida através de gerações e constituem verdadeiras instituições sociais.

6) D. W. WINNICOTT

Pediatra e psicanalista inglês. Em seu trabalho; “Por que brincam as crianças ( 1942 ) apresenta motivações da atividade lúdica: Para buscar prazer, expressar agressão, controlar ansiedade, estabelecer contatos sociais , realizar a integração da personalidade e por fim, para a comunicação com as pessoas.
Sua contribuição mais original relacionada ao tema se passa quando aborda sobre a “experiência de viver em uma área de transição da própria experiência, isto é: transição com respeito à realidade interna e externa.”
“Existem neste caso objetos transicionais e fenômenos transicionais, para designar áreas intermediárias de experiências, entre o polegar e o ursinho, entre o erotismo oral e a verdadeira relação objetal, entre a atividade criadora primária e a projeção do que se tenha introgetado...”
Em seu trabalho posterior, “O jogo”, no capítulo “Playing and reality” expõe sua teoria do brinquedo:
a) A criança e o objeto se encontram fusionados. A visão que o primeiro têm do objeto é subjetiva a mãe se orienta para fazer real o que a criança está disposta à encontrar.
b) O objeto é repudiado, reaceito e percebido de forma objetiva, a criança , pela mãe se encontrar num ir e vir tem a capacidade de ser ela mesma. ( controle mágico / Onipotência { Dic.: que pode tudo, todo poderoso } )
Ottoni denomina este intervalo de tempo em que há o controle mágico descrito por Winnicott como campo de jogo, porque o jogo começa nele. Um espaço em potencial que existe entre a mãe e o filho, o que os une.

5) ERIK ERIKSON

Em seu livro: “Infância e sociedade” ( 1968 ) parafraseando Freud, chamou o jogo como: “A via régia para compreender os esforços da criança pra a síntese”
Segundo Erikson há uma distinção de três fases diferentes na evolução dos brinquedos da criança:
1) Início da “auto-esfera”: a criança explora sensações extero ou interoceptivas relacionadas com seu corpo ou com as pessoas que se ocupam de seus cuidados corporais.
2) Quando brinca na microesfera, a criança utiliza pequenos brinquedos representrativos mediante os quais exterioriza suas fantasias, atividade interrompida pela auto-esfera.
3) Macroesfera, a criança utiliza suas relações com os adultos e inicia o processo de sociabilização.

4) AS IDÉIAS DE ARMINDA ABERASTURY

“O brinquedo possui muitas características dos objetos reais ( ... ) Permite que a criança repita, à vontade, situações prazeirosas e dolorosas que, entretanto,, ela por si mesma não pode reproduzir no mundo real.”
“Brincando a criança desloca para o mundo exterior seus medos, angústias e problemas internos, dominando-os por meio da ação. Repete no medo todas as situações excessivas para seu ego fraco, isto lhe permite, devido ao domínio sobre os objetos externos ao seu alcance, modificar um final que lhe foi penoso, tolerar papéis e situações que seriam proibidas na vida real ( ... ) e também repetir à vontade situações prazeirosas.”
“Há a transferência positiva ou negativa para os objetos conforme estes excitem ou aliviem sua ansiedade, este mecanismo é a base de toda sua relação com os objetos originários. Através das personificações nos brinquedos, observa-se como o objeto pode modificar-se com rapidez, de bom para mau, de aliado para inimigo. O brinquedo infantiu progride constantemente para identificações cada vez mais aproximadas com a realidade.”

3) SOB O PRISMA DE MELAINE KLEIN

Relatou as personificações nos jogos das crianças, estudando estes mecanismos ( personificação, que tem íntima relação com o mecanismo de “splitting” descrito por Freud em que os objetos internos da criança são projetados sobre os brinquedos ) Ela observou ainda que as crianças gravemente enfermas não são incapazes de brincar, observou que as crianças esquizofrênicas não eram capazes de brincar, penetrando com dificuldade no inconsciente delas, quando conseguia notava que os desejos associados às suas ações eram uma negação à realidade, a inibição da fantasia.
Em “princípio psicológico da análise infantil ( 1926 ) “ descreveu que a função dos jogos infantis é proporcionar uma descarga destas fantasias ( fantasias da masturbação ), concorda com Freud no aspecto de que a compulsão e repetição constituem o núcleo fundamental do brinquedo infantil. Atribui o conteúdo desta compulsão às fantasias masturbatórias.
( Obs. Fantasia no dicionário: Imaginação, concepção )

2) VISÃO DE SIGMUND FREUD

No tomo “Criação Poética e Fantasia” ( 1908 ) Sigmund Freud escreve sobre o brinquedo, estabelecendo aproximações e diferenças entre o jogo e a fantasia criadora. Entretanto é em: “Mais além do princípio do prazer” ( 1920 ) que estudou em profundidade a atividade lúdica a partir da observação de um menino de 18 meses. Escreveu:

“A criança mostrava somente o perturbador costume de jogar longe de si, a um canto do quarto, sob a cama, ou em lugares análogos todos os pequenos objetos que podia agarrar de maneira que o achado dos brinquedos não era tarefa fácil. Enquanto realizava o manejo descrito costumava produzir, com expressão interessada e satisfeita um agudo e largo som, que ao meu juízo e ao da mãe não correspondia à uma interjeição, senão que significava uma . Observei que tudo aquilo era um jogo inventado pela criança e que esta utilizava seus brinquedos para brincar com eles de . Mais tarde presenciei algo que confirmou minha suposição: a criança tinha um carretel de madeira atado à um cordão e não lhe ocorreu jamais leva-lo arrastando pelo solo ( brincar de carro ), senão tendo amarrado pelo extremo do cordão o jogava com extrema habilidade por cima da guarda de sua cama, forrada de tela, o fazendo desaparecer, lançava então seu significativo – o o o o – e puxava a corda até trazer de volta o carretel, saudando sua reaparição com um alegre – Aqui – Este era o brinquedo completo: desaparição e reaparição, jogo do qual era incansavelmente repetido, a pesar de que o maior prazer estava indubitavelmente ligado ao segundo ato. ”
“A interpretação do brinquedo ficava assim facilitada. Ele se achava em conexão com a mais importante função de cultura do menino, isto é, com a renúncia ao instinto ( renúncia à satisfação do instinto ) por ele levava a cabo ao permitir, sem resistência alguma, a saída da mãe. O menino elaborava a situação dramatizando a desaparição e o retorno da mãe com os objetos que encontrava ao seu alcance.”
Sigmund Freud formulou plausíveis características do jogo, vejamos à seguir quais foram estas:
a) Se baseia no princípio do prazer.
b) Transformação do passivo em ativo, a criança obtêm o domínio de experiência traumática.
c) Há compulsão à repetição, pelo prazer derivado da própria repetição.
Freud fornece-nos referenciais básicos que permitem entender a natureza e função da atividade lúdica na criança. A noção de inconsciente nos diz que a criança não brinca somente para viver situações satisfatórias, mas também no intuito de elaborar as que lhe foram dolosas ( de dolo: vontade dirigida conscientemente à obtenção de um resultado criminoso ou à assunção { ação de assumir } do risco de produzi-lo. )

1) Desenvolvimento das observações preliminares:

Nosso tema será devidamente inserido no contexto educacional, assim não basta apenas ao professor passar uma atividade lúdica mas acima de tudo saber qual a finalidade daquela atividade em específico. Em se falando de educação devemos enfatizar determinadas prescrições exclusivas das crianças pois conforme dito, e como será adiante abordado, estas são diferentes dos adultos. Os educadores em geral acreditam que há suma importância no período inicial da educação dando margem assim à um aluno ( e ser humano ) que à posteriori será provido de maiores chances de sucesso.
No Brasil existem dois níveis de pré-escola: escolas maternais e jardins da infância. O maternal se destina à crianças de 2 à 3 anos. As crianças aprendem a conviver em grupo. São incentivadas à expressar seus sentimentos e idéias através do desenho, da dança, da construção, do canto da palavra. Os jardins de infância se destinam às crianças de 4 à 5 anos, as atividades preparam as crianças para o ensino do 1o grau. Muitas escolas utilizam o método da educadora italiana Maria Montessori com o uso de materiais de ensino e tarefas especiais.
A importância do lúdico à criança é muito maior que aquela que deixa-se transparecer, não é uma importância restrita aos jogos mas sim relacionado aos momentos da vida de maneira integral, de maneira fortuita e casual. Como por exemplo papai-noel, o passeio por um bairro desconhecido, a descoberta da natureza.

Introdução:

O trabalho que aqui será apresentado é destinado a esclarecer qual a importância do lúdico nas aulas de Educação Física, para tanto julgamos de imprescindível importância definir os termos supracitados. Neste enleio podemos proclamar a seguinte questão:
Quê é o lúdico? Seria o lúdico a abstração do real? Lúdico representa uma palavra oriunda do latin, onde etimologicamente encontramos: Ludi, Ludo, Ludus. Respectivamente: Jogos públicos, jogar e jogo. O que encontra cabal nexo com o dicionário: Lúdico. Adj. Que se refere à jogos e brinquedos. Meados na conotação de palavras similares nota-se igualmente a similaridade no sentido, como por exemplo em: Ludibriar, v. t. Enganar, escarnecer; zombar de; tratar com ludíbrio.
No entanto seria desrespeitoso e incorreto dizer que o professor engana seus alunos, colocaríamos o termo vigente num contexto errôneo. É apreciável por certo adquirirmos com o que foi dito laivos de esclarecimento, já que, inicialmente incitamos duas perguntas das quais, mesmo sem a intenção, a segunda incitara uma breve e importante conclusão: É por certo o Lúdico a abstração do real, já que este termo se assemelha em muito em ludibriar, e jogar. Mostra-se cabível afirmar que o jogo é uma representação, fazendo uma analogia veremos que tal como o teatro o jogo, pode ter características iguais no que se refere à abstração, podemos aqui formular diversas intensidades no que se refere ao nível de lúdico, o teatro seria por certo um dos níveis mais altos de ludismo. Um jogo de futebol por certo têm algo de lúdico pois as regras deste foram estipuladas pela cultura, e por assim dizer não são naturais, isto recaí sobre uma forma de abstração, por mais sutil que seja não deixa de ser abstrata. Como se não bastasse ainda nos encontramos com ressalvas de problemáticas semânticas ( relativo à significação ) Jeu do francês é a única palavra para descrever jogo e brincadeira ( Game / Play ), ocorre que não necessariamente quem joga está participando de maneira lúdica como jogar cartas, ou mesmo até dançar estando extremamente entediado Devemos levar em consideração que nenhum jogo instituído garante o lúdico, em compensação muitas atividades desenvolvidas habitualmente não consideradas como jogos podem muito bem ser vividas de maneira lúdica.
Conforme está dito o lúdico é a abstração. O quê faz um ilusionista senão enganar-nos? Pois nós professores, a grosso modo, fazemos o mesmo com os alunos. Pode esta afirmação ser alvo se sátiras e críticas das mais diversas, não obstante será aqui inserida a ressalva de que o trabalho aqui apresentado trata exclusivamente do lúdico voltado para as crianças. É viável que nos situemos na especificidade do tema, pois como hoje se sabe a criança não é um pequeno adulto, mas é diferenciada por estar em uma fase cronológica distinta, é importante dizermos que não somente é no tempo que se posiciona esta diferença, como neste estão inseridas uma série de outras características como: Físico, Intelectual e Social. Podemos também, para apresentar este inicio de conversa de maneira pouco mais plausível recorrer às esferas psico-motor, sócio-afetivo e cognitivo. Ocorre que como o tema envolve tão somente a parte lúdica da criança nos restringiremos a abordar as partes que são mais afetadas durante o processo de utilização do recurso debatido, que compreendem respectivamente à área cognitiva e sócio-afetiva.