domingo, 10 de janeiro de 2010

17) Bibliografia:

Latín
José Luis García Garrido
Edel Guinda Biel
Adalberto Ferrández Arenaz
Bilbal, Espanha, Editora: Magisterio Casals

Pequeno diccionario brasileiro da língua portuguesa
Aurelio Buarque de Holanda Ferreira

Enciclopédia Delta Universal
Vol. 5; pg.2686
Editora Delta S. A. Rio de Janeiro

A criança em desenvolvimento
Helen Bee, 1984, editora Harper & Row, São Paulo

Introdução à psicologia
Linda L. Davidoff, 2001 Editora Makron, São Paulo

Educação Física Mundial, Técnicas modernas
Alfredo Gomes de Faria Jr; 1969, Editora Fórum, Rio de Janeiro

Revista correio da UNESCO
Martine Mauriras – Bousquet / Julho / 1991

A criança normal e o brinquedo
Um estudo da psicologia evolutiva.
Dr. José Ottoni Outeiral
Fac. Medicina PUC 1976, Porto Alegre RS


Ao mestre com carinho 365 reflexões sobre a arte de ensinar
Kathy Wagoner, Publifolha, 2002, São Paulo.

Corpo, Movimento e Educação
José Rizzo Pinto, 1997, Editora Sprint, Rio de Janeiro

Comenius. A construção da pedagogia
Sérgio Carlos Covello, 1999, Editora Comenius São Paulo

16) CONCLUSÃO

Notamos que há incontestável importância a utilização do lúdico para com as crianças. Entretanto; São os jogos o melhor método de aprendizagem? Ocorre que quanto mais a criança é privada das ocupações sérias mais ela encontrará dificuldade posteriormente, as atividades lúdicas não asseguram por si o pleno desenvolvimento da criança. No processo pedagógico saibamos então conservar a criança no sentido da livre escolha, e no respeito à integridade de sua vida. O mais aconselhável é que haja por certo um equilíbrio entre as atividades de caráter sério e as fantasias, dando margem às expressões de sentimentos.
Não podemos nos esquecer de que o lúdico é sim importante para a criança, mas têm um papel importante no mundo dos adultos. Quê é o cinema, teatro música, pintura, dança, escultura e literatura senão a própria interpretação de uma realidade segundo o crivo de quem o faz. E como na criança uma “personificação” de um determinado estado de espírito, estes mecanismos ( objetos para a criança ) São igualmente “transicionais” pois enquanto uma dança representa a beleza e leveza, outra representa a tristeza e a morte, enquanto um quadro nos traz sentimentos de estranhesa e medo outro nos eleva à patamares da mais bela contextualização e harmonia. Quê é isso tudo senão o nada? Pois tudo para que seja alguma coisa deve ser interpretado, e logo para que seja interpretado deve haver o ludismo, pois o lúdico é uma capacidade do ser humano que serve para traduzir sinais, ou para adapta-los à uma nova realidade que é criada na mente.
É venerável a atitude de dizer que o lúdico é tão importante para a criança como para o adulto, para o ser humano por assim dizer têm sua cota de valor. Ocorre, como já percrustamos em todo nosso itinerário que a visão de realidade da criança é em muito divergente da dos adultos. O lúdico para elas não é lúdico senão o real, cabe a nós trazermos, pouco a pouco, elas ao mundo dos deveres, intentando propor um equilíbrio entre os dois tipos de atividades, para que ela não fique abstraída da realidade.
Grandes cientistas como Kepler, Ampère, Darwin, Gauss, Pasteur, Maxwell, Pianck, Poincaré e Einsten explicaram que no momento da descoberta sentiam o prazer de uma criança brincando, não se restringindo assim o lúdico às artes, mas invadindo os recônditos do progresso cultural e científico.
A criança que têm em seu desenvolvimento o fator lúdico por certo é convidada à desenvolver-se de maneira integral, tendo melhores chances de obter ótimos resultados no futuro, tendo a devida dose de contacto com as obrigações e deveres, o que representa num contexto mais amplo o início de todo um processo educativo, formando um indivíduo integral e um cidadão pleno.
Não obstante vivemos em um país em que grandes cidades portam 800 mil crianças e adolescentes em estado de miséria absoluta, em que os menores não usufruem do básico, daquilo que todo homem precisa para manter-se vivo, são crianças que se tornam adultos mais cedo, e não desenvolvem-se com o processo educativo ideal. Definitivamente não parece que em 1592 nascia o homem que já proporcionava diferente teor de especificidade na educação para as crianças com “Örbis pictus” relhenado de gravuras ( sinais – códigos ) Mudando assim os processos educativos: João Amos Comenius.
Conclui-se, levando em consideração um âmbito mais abrangente e polivalente, que o lúdico faz sim parte de um processo educativo que dá à criança justamente aquilo que ela precisa: transpassar ao extrínseco suas angústias, problemas internos e a capacidade que ela cria de dominar estes problemas quando imersa no lúdico. É o lúdico um instrumento de comunicação do ser humano.
Como educadores insistimos no ideal de que para contribuir, mesmo de maneira sutil, haveremos de educar da melhor maneira e para isso entender os processos que se transcorrem na criança, e as ferramentas educativas, para que o mundo possa vir a se aproximar de uma cabal, mas não utópica, idéia que dele possamos ter.

15) O PAPEL DO JOGO NA CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO DA CRIANÇA

Há uma cisão entre o lúdico e o pedagógico. Entre o que é brincadeira e o que é sério. Isto do ponto de vista de um adulto, pois para a criança brincar é uma atividade séria na medida em que mobiliza suas possibilidades intelectuais e afetivas com um fim determinado. No decorrer do desenvolvimento infantiu o jogo apresenta uma evolução, entretanto não há seqüência rígida entre as diferentes modalidades. Os jogos se classificam em: Funcionais, de ficção, de aquisição e de fabricação, de acordo com as atividades e conteúdos desenvolvidos. Cada um possui uma função determinada para com a criança, e todos contribuem para a percepção de si própria para a compreensão de sua inserção no grupo, das relações com os objetos, com as pessoas e com seu meio cultural. Podemos de certa maneira dizer que as atividades lúdicas são para a criança uma ferramenta de auto-conhecimento, já que estando ela em constante desenvolvimento é viável dizemos que quanto mais ela se modifica menos ela se conhece.

Jogos funcionais: São os que o bebê executa com seu corpo, balançando os braçoss, aproximando objetos da boca etc...

Jogos de Ficção: É o faz-de-conta, a criança neste caso transforma um flutuador de natação em um foguete, ou uma prancha em uma base espacial. Ou então a própria criança representa um papel específico como um viajante intergaláctico.

Jogos de aquisição: São aqueles que a criança pára no intuito de olhar atentamente à uma situação, canção, objeto ou algo que se esteja ensinando à ela. Para quem vê de fora a criança parece não estar participando, entretanto ela está em um processo muito mais intenso de trabalhar a questão dos significados. Como na nossa cultura enfatizamos as trocas verbais, é comum considerar-se que há algo de errado com a criança que fica quieta e parada, principalmente quando há uma atividade em vigência.

Jogos de fabricação: Em que a criança explora determinado aspecto nos objetos procurando entende-lo. Refaz inúmeras vezes um percurso de realização como montar e desmontar pilhas de objetos, articular-los entre si.

Do ponto de vista estrutural os jogos se caracterizam pela predominância da fantasia infantil, o que chamamos de imaginação da criança, ou pela predominância de regras. Os primeiros jogos da criança pertencem à primeira categoria, o que não quer dizer que elas não tenham regras. No segundo caso as regras implicam na relação com o outro portanto neste caso já há intenção de partilhar experiências e de participação em várias atividades.
Do ponto de vista cognitivo o jogo têm a função de permitir à criança que, partindo da identidade absoluta do significado com o objeto, que ocorre por volta dos 2 anos e meio chegue à compreensão de que o significado é independente do objeto ( 6 – 7 anos ). Como desenvolvimento infantiu criar uma noção de diferença entre trabalho e brincadeira, estando com mais regras.
O jogo também contribui para a alfabetização: pois é através da atividade lúdica que a criança percebe a fusão inicial entre objeto e significado, o que se traduz no processo de aprendizagem da leitura. ( Cavalo = Vassoura ) Neste âmbito também é importante ressaltarmos que a criança está em constante uso do desenho como artífice da representação ou imagem-significado.
Este é o caminho que a criança percrusta nas sendas da construção de seu conhecimento, pois passa a lhe dar com representações deste objeto real, subsituindo por outro aleatório, finalmente lida com o conceito na ausência do objeto. Dizemos então que partiu para o domínio das idéias.
Na pré-escola o professor deverá propor conteúdos compatíveis com tais processos de desenvolvimento. Surge neste momento a importância do grupo e este relacionamento somente é possível porque ela já trabalhou através do jogo de ficção a questão dos papéis. ( representação )
Três frases que vêm a conferir a fidedignidade de importante idéia acima conferida aqui serão proscritas:

Note-se que as brincadeiras infantis não são brincadeiras; devemos considerá-las os atos mais sérios da criança.
Montaigne

Quer se esforce quer se divirta, para ele tanto faz; suas brincadeiras são sua ocupação, ele não faz distinções.
Jean-Jacques Rousseau




“O maior erro que se comete no querer que a criança se esforce pelo sentido do dever, pelo simples respeito à disciplina abstrata, é esquecer que a criança não é um homem e que os valores reconhecidos pelos adultos correspondem nela à outros valores... Para as crianças, a brincadeira é o trabalho, o bem, o dever, o ideal de vida. Exigir da criança um esforço de trabalho fundamentado em algo diferente do ato de brincar equivale a agir como o insensato que, em plena primavera, põe-se a sacudir a macieira em busca de maçãs: em vez de recolhe-las, derruba as flores, privando-se dos frutos que o outono prometia.”
Edouard Claparède

14) Um Oásis de felicidade

( Frase de Eugen Fink, relativa aos jogos )

Temos como experiência interessante a de que um rato bem alimentado fora colocado num labirinto, sem motivo aparente este começa a flanar ( passear ociosamente ) pelo local, parece querer familiarizar-se com o labirinto, como querendo se divertir. Noutra ocasião fora colocado um rato esfomeado que encontra muito mais rapidamente o alimento oculto.
O impulso lúdico, também chamado de impulso de curiosidade ou impulso de exploração dá ao indivíduo vantagem com relação ao processo de seleção natural. Encontrará muito mais oportunidades de se instruir estando assim mais preparado para enfrentar situações imprevistas, as atividades lúdicas impulsionam o desenvolvimento da espécie e da cultura. Vamos agora, para a melhor compreensão do tema, pincelar frases de grandes pensadores, no intuito de galgar patamares mais destrinchados:

O lúdico é eminentemente educativo no sentido em que constitui a força impulsora de nossa curiosidade a respeito do mundo e da vida, o princípio de toda descoberta e de toda criação.

Santo agostinho


O nascimento e o desenvolvimento do universo são o jogo de uma criança que move suas peças num tabuleiro. O destino está nas mãos de uma criança que brinca.

Heráclito





Por que brinca a criança à quem Heráclito atribui o jogo do mundo? Ela brinca porque brinca. O porquê desaparece neste jogo. Esse jogo não têm “porquê”. Essa criança joga por jogar.

Martin Heidegger

13)A importância de atividades lúdicas em grupo.

Enquanto brincam com outras crianças as crianças aperfeiçoam as habilidades e os papéis sociais que serão necessários no futuro. Vemos paralelos adultos como brincar de boneca, um desafio como a construção de um aeromodelo, limpar a casa construída no alto de uma árvore etc... Ao brincar com outras crianças podem avaliar as próprias habilidades com maior exatidão. As vantagens de brincar em conjunto provavelmente são as responsáveis pela descoberta de que a escolinha maternal favorece o desenvolvimento social. Depois Desta experiência as crianças tendem à explorar o ambiente que as cerca com relativa ousadia e brincar com os amigos com maior freqüência. Entretanto no inicio do desenvolvimento de intercâmbio social as crianças estão muito mais preocuparas com os brinquedos que com os colegas ( 1 – 3 anos ). O segundo estágio é de interações simples onde adquirem sensibilidade às necessidades e sentimentos das pessoas que a cercam. Quando ocorrem intercâmbios complexos dizemos que há uma linguagem, o que corresponde ao 3o nível, assumem papéis recíprocos nas brincadeiras: esconde-esconde por exemplo. Embora possam haver respostas agressivas como tapas, mordidas etc... É evidente que cabe ao professor administrar as possíveis desavenças entre as crianças, que em muitos casos são oriundas de expressos de sentimentos reprimidos como a seguir será dissertado.

12) Breves considerações sobre o brinquedo cantado:

Para que possamos entender com maior lucidez a importância do lúdico para a criança é estritamente necessário perpassarmos de maneira bastante sucinta pelos brinquedo cantado, o que representa uma das mais elementares formas de atividade lúdica.
Permite a criança utilizar seu aparelho fonador ( que produz a voz ), treinando a articulação da palavra, enriquecendo o vocabulário da criança e atendendo às solicitações da imaginação dando ensejo à novas formas de criatividade é inevitável que as atividades em geral, por incluírem em suas constâncias movimento, desenvolvem a parte psíco-motora da criança. Este recurso se desenvolvido de maneira gradual estimula a parte neuromuscular dando margem à maior facilidade de aprendizagem motora da dança, pois muito de seus movimentos são de grande similaridade com a dança.
Há nos brinquedos cantados grande influência cultural de Portugal e África, entretanto também coexistem como influência Alemanha, França, Espanha, Inglaterra e Suíça.

11) Breve síntese à respeito dos pensadores supracitados

Ambientando estes que recalcitraram sobre a perspectiva lúdica da criança com o âmbito de Educação Física nos prostramos em interessantes reflexões. O cuidado que dever-se-á tomar numa aula será de extrema precisão, já que para cada idade são evidenciadas distintas maneiras de relacionar-se com o mundo e com si mesma na criança, o profissional, quando enterado destes detalhes terá em seu labor uma comodidade e seguridade bastante plausível, já que mediante a análise de seus alunos, seja numa aula de natação, voleybol ou em jogos recreacionais de acampamento, terá uma idéia clara do procedimento a ser tomado em cada caso.
Transcorre que podemos propor uma problemática bastante interessante, já que podemos encontrar numa aula alunos de distintas idades. Quê fazer se um aluno, por ser de inferior idade não adquiriu todavia noções de grupo, tendo este 3 anos por exemplo, enquanto que os outros já maiores entendem que é um grupo? Simplesmente adaptar a aula de modo que cada faixa etária de idade receba aquilo que lhe é pertinente, e não tentar mesclar algo que não se mescla, ou seja: Não há modo de saltar degraus de maneira exacerbada, mas sim, no que se refere ao desenvolvimento da criança, galgar paulatinamente os patamares do desenvolvimento cognitivo, sócio-afetivo e psíco-motor, de modo que ao seu tempo esta criança irá unir-se aos outros. A importância da atividade lúdica certamente não é a mesma para uma criança de 1 a no que para uma criança de 8 anos, pois as necessidades e vontades de cada uma são bastante diferentes, de maneira que no caso da criança de 1 ano devemos estar cientes de que a atividade lúdica é por certo uma representação de suas frustrações e do controle ( Ilusório / Lúdico / Fantástico ) de determinada situação, conforme demonstraram os estudos de Sigmund Freud, já no caso subseqüente a importância do ludismo vêm a preencher valores como democracia, justiça, injustiça, lealdade, convívio social. Cabe sim aos professores de Educação Física diferenciar cada idade e ser consciente das necessidades de cada qual, tendo em vista estes fatores poderá ele fazer um plano de aula inexoravelmente eficaz no que concerne ao desenvolvimento da criança.
Também devemos ter a noção cabal de que a criança, quando aplicado à ela um jogo lúdico, se expressa de diferentes maneiras, uma por exemplo irá jogar seu brinquedo longe, outra irá acaricia-lo e toma-lo por um amigo. Isto traz à tona de que uma gama infindável de medos, angústias dentre outros tantos sentimentos são expressos através do mundo exterior, colocando em vigência a teoria da “personificação”. Sendo assim não podemos de quaisquer maneiras obrigar as crianças à responderem à uma atividade de maneira igualitária, mas sim exprimirem seus sentimentos conforme queiram, para que somente mais tarde, quando estiverem na idade que é pertinente à este aprendizagem, possam entender o que são valores morais nos seus mais diversos contextos.